quarta-feira, fevereiro 18, 2009

ARTIGO

Será que ele é? Será que ele é?

Dezoito de fevereiro de dois mil e nove, edição dois mil e cem. A revista VEJA entrevista, em suas páginas amarelas, o senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB. Questionado sobre o que representaria a eleição de José Sarney para a presidência do Senado, afirmou que seria "um completo retrocesso". Para ele, embora Tião Viana fosse candidato do PT, "estava comprometido em recuperar a imagem do Senado".
O senador revelou ainda ser um dissidente dentro de seu partido desde que se posicionou pelo afastamento do então presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB), em 2007, início de seu mandato. Renan estava envolvido em escândalos de corrupção e utilizava o cargo de presidente para se defender das acusações. Para Jarbas, seu correligionário não tem "condição moral ou política para ser senador".
Quanto aos partidos políticos, destacou que a corrupção está impregnada em todos eles, assumindo que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção". Para o senador Jarbas Vasconcelos, desde 1994 o partido adotou a estratégia de usufruir dos governos sem vencer eleições. A sigla que representava a aglutinação de forças opostas ao regime militar agora seria mera máquina clientelista, representada por dirigentes regionais que se tornaram mestres na arte de manipular licitações e utilizar a máquina pública.
Eu, concluinte do curso de Letras da UFRN, tímido militante do movimento estudantil, espero que o senador Jarbas Vasconcelos seja corajoso o suficiente para jogar o resto da merda no ventilador, afinal, como estudo interpretação de textos, entendi que ele foi cúmplice de todo esse processo de degeneração política, conhecedor que é dos nomes e das práticas.
Para a revista VEJA, mais uma excelente oportunidade de afastar os leitores da disputa política, pois se a corrupção é generalizada não existem mais escolhas, tanto faz se é de esquerda ou de direita, se é Dilma ou se é Serra; para o senador, uma excelente oportunidade de iniciar um processo de denúncia contra aqueles que se utilizam da máquina pública ou de apenas anunciar que continua vivo politicamente, aos 66 anos de idade...
Será que ele é realmente corajoso? Será? Será que ele é?

Bruno da Costa Ferreira
www.brunadacosta.blogspot.com

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