sexta-feira, março 20, 2009

BOLSA-FAMÍLIA REDUZ IMPACTO DA CRISE E SERVE DE MODELO PARA OUTROS PAÍSES, DIZ OIT

Um relatório produzido pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) indica que a ampliação do programa Bolsa Família pode contribuir para estimular o consumo interno e amortecer o impacto da crise mundial entre as camadas mais pobres da população no Brasil.
O documento, que está sendo discutido nesta quarta-feira durante reunião da Comissão de Emprego e Política Social da organização, apresenta uma análise do programa social brasileiro, com base em dados fornecidos pelo governo e outros estudos independentes.
"Como a população de baixa renda têm forte propensão ao consumo para suprir necessidades básicas, acreditamos que a extensão do programa vai contribuir para aumentar a demanda de alimentos e produtos de primeira necessidade, além de promover o desenvolvimento local", afirmou à BBC Brasil um dos autores do estudo, Vinícius Pinheiro.
No final de janeiro, o governo brasileiro anunciou a extensão dos benefícios a 1,3 milhões de novas famílias. Estudos citados pela OIT apontam que o dinheiro recebido pelas famílias contempladas pela ajuda social é utilizado principalmente na compra de alimentos, roupas e material escolar.
"O Bolsa Família tem um papel anticíclico", diz Pinheiro. "Por um lado, representa um fluxo de renda estável e regular, ajudando a população de baixa renda a manter ou mesmo a melhorar o nível de vida. Por outro, estimula a demanda, promovendo o comércio e o desenvolvimento local."
Segundo o pesquisador, os recursos do Bolsa Família, que representam 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, acabam sendo "reinjetados" na economia.

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