segunda-feira, março 16, 2009

RELATO DE UM PROFESSOR DO ESTADO RN SOBRE A GREVE DA EDUCAÇÃO – ARGUMENTOS BEM FUNDAMENTADOS

Veja a disparidade tomando como base o meu contracheque e os aumentos do salário mínimo concedidos nos últimos anos.
No ano de 2005 o salário mínimo era de R$ 300 reais. Foi nesse ano que o governo criou o plano de carreiras.
No inicio de 2006 ela (governadora) juntou todas gratificações, transformou tudo em salário para os professores instituindo assim o PCCR. Passei a receber como salário base R$ 620,00. Meu ganho básico era, na época, de 2, 07 salários.
O Governo Federal então deu 16,67% de aumento salarial. De R$ 300 reais foi para R$ 350,00. mas eu continuei com os mesmos R$ 620,00 reais. Agora eu recebia de vencimento básico 1,77 salários.
Em 2007 o governo Lula aumentou o salário em mais 8,57%. Saiu de R$ 350,00 para R$ 380,00. Mas nós professores continuamos ganhando o mesmo percentual de antes. No meu caso; R$ 620,00. Agora eu recebia de salário básico, 1,63 salários.
No ano seguinte, 2008, o governo Federal eleva o salário mínimo para R$ 415,00. Um reajuste de 9,21%. Mas eu, professor da rede estadual de ensino publico do Rio Grande do Norte, continuava ganhando R$ 620,00. – 1,49 salários...
2009 chegou, e mais uma vez o salário mínimo brasileiro foi reajustado: 12% de aumento. Todavia eu e tantos outros professores da Educação Pública do Estado Rio Grande do Norte continuamos ganhando pelo nosso trabalho os mesmos R$ 620,00 como vencimento básico. Agora 1,33 salários mínimos..
Dessa forma temos a seguinte situação:
De março de 2006 até fevereiro de 2009, se passaram 35 meses e nesse período; tomando como base o meu contracheque, o meu salário base e de tantos outros professores da rede pública estadual tivemos, ao invés de aumento, um decréscimo. Saímos de 2,07 salários para 1,33 salários. (0,74 a menos).
Se o governo da prof. Vilma de Faria tivesse aumentando todos os anos nossos vencimentos de acordo com o reajuste do salário mínimo dado pelo governo Federal, a situação era outra bem diferente.

a) 2006 = 300,00 + 16,67% + 350,00 / 620,00 + 16,67% = 723,35

b) 2007 = 350,00 + 8,57% + 380,00 / 723,35 + 8,57% = 785,34

c) 2008 = 380,00 + 9,21% + 415,00 / 785,34,00 + 9,21% = 857,67

d) 2009 = 415,00 + 12% + 465,00 / 857,67 + 12% = 936,66

O piso salarial já estaria praticamente implantado e nós realizando nossa função de muito bom grado... Em relação ao professor(a) é essa a nossa luta e é este o nosso chamamento.
Alem disso tem a questão do PCCR do Profissional da educação que este mesmo governo prometeu que ao implementar o dos professores e especialista da educação imediatamente convocaria uma comissão com representantes da categoria para elaboração do mesmo, o que até agora não deu a menor importância. E portanto não abriremos mão deste ponto nesse momento. E sobre isso eu chamo a atenção destas três categoria para se ligarem em acompanhar as negociações no sentido de não aceitar mais uma vez ficarem de fora.

Um fraterno abraço
Gabriel – Diretor de Formação Sindical e Educacional
SINTE/RN – Regional de Umarizal.

TEXTO DO BLOG DO PROFESSOR MENDES – (
www.mendigomolotov.blogspot.com)

Um comentário:

PSTU disse...

O Secretário de estado da Educação, para quem ainda não conhece, o Sr. Ruy Pereira - tem ido aos meios de comunicação nos últimos dias fazer alarde sobre os possíveis benefícios do governo do Estado com relação a educação Pública e consequentemente aos profissionais dessa mesma educação.
Eu vou tomar como base o meu contracheque, que é igual a grande parte dos trabalhadores em educação do estado do Rio Grande do Norte, para fazer um esclarecimento sobre o porque de nossa greve desde de 2 de março.
(você esqueceu de citar esta parte)